Educação hoje, amanhã e sempre.

Investir na própria educação é o melhor investimento que você pode fazer na vida. Quanto mais você investir, mais rápido terá retorno.

Dando continuidade aos posts sobre carreira e educação eu gostaria de chamar a responsabilidade do desenvolvedor para o papel que ele desempenha.

Trabalhar com desenvolvimento de software hoje em dia é um mar de tranquilidade, existem mais vagas em aberto do que profissionais para preenchê-las. Por um lado isto é bom, de outro lado é péssimo.

O lado bom é que desenvolvedores que entregam algum resultado não ficam desempregados (dá para trocar de emprego a cada semana se quiser). Isto é sinal da falta de profissionais qualificados para atender a demanda crescente em desenvolvimento de software.

Para um desenvolvedor ficar desempregado (por meses) é sinal de que ele está muito defasado em relação ao mercado ou existe algum fator que está complicando demais sua contratação (valor hora / localização / condições especiais).

O lado ruim da demanda de empregos ser maior do que o número de profissionais disponíveis

É simples de entender, num cenário de escassez tudo passa a ser supervalorizado. Vamos fazer uma analogia com a escassez de combustível que tivemos pouco tempo atrás. O que aconteceu? Tivemos postos de gasolina vendendo combustível adulterado por R$ 10 o litro, absurdo? Havia filas de carros para abastecer (mesmo cientes da supervalorização e da baixa qualidade).

O problema de uma alta demanda de oportunidades é que isto gera um comodismo profissional, os desenvolvedores não precisam se preocupar em correr atrás de aperfeiçoamento técnico para garantir os seus empregos.

Pessoalmente eu já ouvi inúmeras vezes a seguinte frase:

Acabamos contratando o menos pior por que estamos precisando urgente! Tivemos diversas entrevistas mas não apareceu ninguém dentro do perfil que esperávamos contratar.

Em algumas profissões supersaturadas como Administradores, Advogados e etc. A situação é inversa! Além da graduação é necessário ter Pós, MBA’s entre diversos outros itens no currículo para conseguir uma boa oportunidade.

Mas nem tudo permanecerá da mesma forma para sempre, os advogados, administradores e etc já tiveram também sua época de ouro.

Existe uma geração de novos desenvolvedores chegando, eles são muito mais jovens, muito mais dispostos e aceitariam sua vaga pela metade do seu salário.

Parece uma profecia exagerada né? Eu posso confirmar algumas verdades sobre o assunto. Eu tenho muitos alunos de 17, 18, 19 anos que já dominam completamente as tecnologias atuais de mercado e conseguem entregar software com uma boa qualidade. Eles não possuem casa, filhos e contas para pagar. Eles aceitam oportunidades pelo desafio e estão em busca de experiência e não de bons salários.

Por incrível que pareça são os mais jovens que fazem mais cursos comigo, e apesar de requerer um investimento financeiro para isto (as vezes nem empregados estão) eles fazem questão de investir, eles realmente valorizam o conhecimento e estão se preparando para entrar e crescer no mercado.

58% dos brasileiros não possuem gestão financeira.

O que este número alarmante tem a ver com o assunto? Tudo!

O ideal é que todo trabalhador poupasse 40% de seu salário e que investisse 10% em sua educação / cultura. Isto está longe da realidade e muitas vezes as pessoas alegam negligenciar a própria educação por questões financeiras.

Seria por questões financeiras ou por caos na gestão financeira?
Concordo que o custo de vida em nosso país é altíssimo, mas tudo é uma questão de prioridades. Uma calça de marca, um jantar a dois em um bom restaurante não sai por menos de R$ 150,00 e cientes disto nós pagamos sem nos espantar.

Por que pagar R$ 150,00 em um livro / curso / evento aparenta ser um gasto muito maior? Provavelmente porque em questão de prioridades a educação aparenta ser um custo e não um investimento. Prazer em comer bem, usar roupas de marca e até mesmo possuir um bom carro é mais importante do que investir em seu futuro? Olhando por esse lado com certeza você respondeu não!

Investir em educação nem sempre significa investir dinheiro. Significa investir tempo e dedicação. Existem milhões de ótimos conteúdos gratuitos disponíveis, basta buscar.

Vou lhe propor um exercício / desafio, responda sinceramente a esta lista:

  • Você está satisfeito com o que ganha?
  • Seus planos futuros são suportados pelo seu salário atual?
  • Você se considera tecnicamente capacitado para ocupar uma vaga superior a sua?
  • Quantas horas você estuda por semana?
  • Qual o percentual do seu salário investido na sua educação?
  • Onde você se vê daqui 5 anos?

Estas respostas irão lhe ajudar a criar um plano e rotina de gestão financeira e estudos para que você possa alcançar seus objetivos. Tudo depende de você e de quão longe pretende chegar.

Um outro ótimo exercício é buscar a “vaga dos sonhos”, analisar a descrição da vaga, o que ela exige do profissional e criar um plano para conseguir atender a expectativa dessa vaga.

Espero ter lhe ajudado! Caso tenha alguma história ou comentário a fazer utilize o formulário abaixo:

9 pensou em “Educação hoje, amanhã e sempre.

  1. Ótima reflexão Eduardo, e muito boa observação sobre o valor que damos a cada item de consumo.
    O curso que vc oferece é de longe um dos melhores da internet, e o valor vai muito além do que é cobrado em R$.
    Parabéns por todos os ótimos conteúdos e por multiplicar tanto conhecimento.

  2. Verdade EP… Hoje em dia estudo tecnologia muito mais que antes que na época de minha formação (Ciência da Computação).
    Estava num almoço conversando com um desenvolvedor sobre um produto que ele construiu e que tem 20 anos de mercado (com bastante sucesso por sinal). Naquela época ele precisava dominar basicamente duas tecnologias: O código fonte proporcionado pela IDE e Banco de Dados.
    Hoje em dia para você desenvolver software (o que em sua grande maioria é voltada para Web), aplica-se facilmente de 5 a 10 tecnologias/recursos para proporcionar um produto final.
    Isso faz com que os desenvolvedores atuais tenham que ir em busca de conhecimento e dispor desses recursos na manga para (co)responder às demandas e/ou oportunidades de mercado.

  3. Eu sou uma pessoa que admira muito seu trabalho, infelizmente existem pessoas que só são do contra em tudo, mas o que disse verdade vejo isso todos os dias…

  4. Eduardo, acompanho suas publicações a pelo menos 3 anos e sempre que sinto que estou ficando para trás dou um pulo aqui para ver suas ultimas postagens.

    O assunto desse post é importantíssimo e trás consigo consequências assustadoras. Já estou no mercado a pouco mais de 10 anos e como você bem disse, a oferta de vagas sempre foi superior ao número de profissionais qualificados (o mínimo possível), principalmente nos últimos meses tenho percebido uma crescente na oferta de vagas, poderia dizer que só fica parado quem quer e infelizmente isso gera uma sensação de “segurança e estabilidade” que nos encoraja a permanecer na mesmice, sem estudar e sem buscar aperfeiçoamento, eu me incluo nessa. Pretendo no curto prazo mudar essa situação até mesmo porque tenho já me deparado com essa nova geração de programadores que você citou, eles já estão chegando exatamente como predito.

    Abraços!

  5. Exato. Mas é Muito mais. Existem cenários normais de pwa hoje que envolvem mais de 20 tecnologias. Loucura…..

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